O que esperar da Educação em 2022?







Outro dia, realizando minhas pesquisas na internet, me deparei com o seguinte questionamento: O que esperar da educação em 2030?Essa frase, de cunho tão futurista, me fez pensar imediatamente naqueles filmes e desenhos estilo Os Jacksons, no qual professoras são robôs e o conhecimento é transmitido através de telas. No mesmo instante me dei conta que talvez esse não seja um futuro exclusivo do Jacksons, e que, antes de pensarmos em 2030 e todas as expectativas futurísticas que ele possa trazer, precisamos pensar em 2022. 


Depois de dois anos de pandemia, e de um retorno tremido de nossas crianças, percebo que ainda temos uma grande incerteza do que será a educação para o novo ano que se inicia. No dia que escrevo este texto estamos em período de férias, e a discussão ao redor é: A vacinação das crianças. De um lado vejo um grupo de secretários e "alguns” médicos manifestando a alegria de que a vacina chegou para os nossos pequenos. Do outro, vejo pais, e "outros" médicos, questionando o que essa vacina poderá acarretar para o futuro deles. No meio disso tudo temos a população enfrentando a onda omicron, a gripe e a enxurrada sobre hospitais cheios e amigos e familiares adoecendo. 


Por isso, mais do que nunca precisamos nos perguntar: O que esperar da Educação em 2022?


Quando me lanço neste questionamento, o faço porque não posso acreditar que tudo o que passamos neste dois anos, em termo de educação, tenha nos causado uma amnésia coletiva. Foi na pandemia que nos observamos mais precarizados do que nunca, tivemos que nos reinventar e nas gambiarras de todo dia fizemos a educação continuar a girar. Foi na pandemia também que percebemos o número irreal de alunos em sala de aula, que começamos a ouvir a frase 'aluno por metro quadrado’. Sinceramente, achava que isso era uma lenda urbana kkkkk. Porém, ainda estou aqui sentada pensando: o que esperar de 2022? 


Acredito que 2022 deverá ser o ano do sonho. O ano daqueles que reconhecem que, para além do que se ganha está a vida e a dignidade. Será o ano sem salas lotadas, tetos caindo, falta de professores, ambientes apertados ou sem ventilação. Nossos professores terão  horários de planejamento e salário digno. Teremos grandes mudanças tecnológicas, abertura de mais escolas, reforma das escolas antigas, mais formação dos professores em parceria com as universidades, mais concursos públicos e a perspectiva de uma educação igualitária com oportunidade para todos.  Psiquiatras e  terapeutas terão trabalho para ter clientes, porque os professores esvaziarão seus consultórios. 



É, como eu bem disse, será o ano do sonho, que só se tornará real quando pararmos de sonhar sozinhos.  Talvez tudo que coloquei aconteça. No entanto, estes são sonhos que precisam de muitos braços. Um grande movimento de mudança que precisa começar no tão sonhado 2022, pois todo movimento, pensado na mudança e melhoria da educação é algo potente, mas precisa começar. E por que não agora?  Sei que parecemos sozinhos nesta luta, mas em algum lugar existem muitos professores querendo e fazendo o diferente. E mesmo que alguns estejam na inércia da desilusão educacional, pense que tudo aquilo que acontece está dentro um rede. […] somos redes de sujeitos formados a partir dos diferentes modos como nos inserimos no mundo’(OLIVEIRA,  2016, p. 15)  e que é fundamental que potencializemos as nossas lutas contra os discursos que nos imobilizam, que desqualificam a escola, e assim romper com tantas desigualdades erguidas diante de discurso hierarquizastes. 


Então, o que esperar da Educação em 2022? Me diga você. 


Por: Rosane Siqueira 


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