SÉRIE - PRINCIPAIS PENSADORES DA EDUCAÇÃO - Lev Vygotsky







Lev Vygotsky


Lev Semionovitch Vigotski (em russo: Лев Семёнович Выготский, transliteração: Lev Semyonovich Vygotskij, sendo o sobrenome também transliterado como Vigotski, Vygotski ou Vygotsky; Orsha, 17 de novembro de 1896Moscou, 11 de junho de 1934),[1] foi um psicólogo, proponente da psicologia cultural-histórica.

Pensador importante em sua área e época, foi pioneiro no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Veio a ser descoberto pelos meios acadêmicos ocidentais muitos anos após a sua morte, que ocorreu em 1934, por tuberculose, aos 37 anos.[3]


O seu interesse pela Psicologia levou-o a uma leitura crítica de toda produção teórica de sua época, nomeadamente as teorias da "Gestalt", da Psicanálise e o "Behaviorismo", além das ideias iniciais do epistemólogo e psicólogo suíço Jean Piaget. Tendo vivido a Revolução Russa de 1917, bem como estudado as obras de Karl Marx e Friedrich Engels, a partir das proposições teóricas do materialismo histórico propôs a reorganização da Psicologia, antevendo a tendência de unificação das Ciências Humanas no que denominou como "psicologia cultural-histórica”.


A experiência vivida na formação de professores levou-o ao estudo dos distúrbios de aprendizagem e de linguagem, das diversas formas de deficiências congênitas e adquiridas, a exemplo da afasia. Complementando a sua formação para estudo da etiologia de tais distúrbios, graduou-se em Medicina retomando o curso iniciado e substituído por Direito em Moscou e retomado e concluído em Kharkov. 


A Teoria


De acordo com Vygotsky, a mediação, é a capacidade de colocar um intermediário entre o sujeito e o objeto. Uma relação direta é estímulo resposta, enquanto que uma relação mediada é estímulo mediador resposta. Ao longo do desenvolvimento, a relação do homem com o mundo se torna cada vez mais mediada e menos direta.

Quando colocamos a mão em uma chama e retiramos devido à dor, é uma relação direta estímulo-resposta. Quando colocamos a mão em uma chama e retiramos ou porque nos lembramos da memória da dor ou porque alguém nos disse para retirar, é uma relação mediada, existindo um elemento intermediário.

Para Vygotsky, existem dois tipos de mediação: Mediação por instrumentos e a medicação por signos. A mediação por instrumentos seria marcada 

pela relação homem-natureza, em que o ser humano consegue utilizar instrumentos (e.g faca, machado) para transformar a natureza a seu favor. Já a medicação por signos envolveria a linguagem simbólica desenvolvida pela espécie humana, que têm um papel similar ao dos instrumentos, pois tanto os instrumentos de trabalho quanto os signos são construções da mente humana, que estabelecem uma relação mediada entre o homem e sua realidade

O uso de signos na mediação torna a atividade mais eficiente, pois diminuem os esforços necessários da memória e da cognição. A mediação por signos não nasce conosco, ela deve ser desenvolvida. Além disso, os signos, ao longo do desenvolvimento, podem ser internalizados pelo indivíduo.[10] Os signos são articulados na sociedade em sistema simbólicos. Ou seja, seu significado é decidido culturalmente. Assim, os símbolos são internalizados por meio da cultura e, consequentemente, são compartilhados dentre os indivíduos da mesma cultura. Por exemplo, todos falantes de português concordam que a palavra 'cachorro' significa o animal canino, embora não exista nenhuma relação concreta entre uma coisa e outra. Desta forma, a cultura é a fornecedora de matéria-prima dos símbolos a serem internalizados e, portanto, um dos principais fatores no desenvolvimento psicológico do indivíduo.

Linguagem

A linguagem é uma espécie de ferramenta (sendo que, aqui, ferramenta é entendida como uma construção social), capaz de transformar decisivamente os rumos de nossa atividade, e a organização das funções psicológicas superiores (memória, atenção, pensamento). Assim, o indivíduo, ao apropriar-se da linguagem da cultura em que está inserido, altera qualitativamente seu modo de pensar, de perceber o mundo, de memorizá-lo, etc. Por isso, a linguagem tem um ponto central na teoria de Vygotsky, uma vez que, sem ela, o desenvolvimento propriamente humano não ocorreria.

Para Vygotsky, no desenvolvimento infantil, a capacidade de utilização de instrumentos ou inteligência prática tem uma origem anterior à capacidade de falar, e foram tratados por ele como processos separados e simultâneos. No seu livro "A formação social da mente" (p.11 ed. 2008) observa-se que, apesar da possibilidade de estes sistemas operarem independentemente na criança pequena, no adulto eles mantêm uma unidade dialética, e se constituem como uma verdadeira essência do comportamento humano complexo. O autor atribui à atividade simbólica uma função organizadora específica: "que invade o processo de uso do instrumento e produz formas fundamentalmente novas de comportamento" (Vygotsky, 1999 op.cit.).

As suas pesquisas sobre aprendizagem tiveram maior enfoque na Pedagogia. Os processos de desenvolvimento despertaram-lhe a atenção, e sempre procurou o aparecimento de novas formas de organização psicológica, ao invés de reduzir a estrutura de aprendizagem a elementos constitutivos.

Na área educacional, a influência de Vygotsky também vem crescendo cada vez mais, dando origem a experiências mais diversas. Não existe um método Vygotsky, mas há diversos artigos e transcrições de conferências suas tratando do tema educacional. Como Piaget, o psicólogo bielorrusso é mais uma fonte de inspiração do que um guia para os pedagogos.



Aprendizagem




A teoria histórico-cultural proposta originalmente por Vygotsky explica a aprendizagem e o desenvolvimento como fenômenos humanos mediados semioticamente, com ênfase na linguagem. Esta teoria apresenta premissas importantes para compreender a complexidade associada à aprendizagem conceitual em sala de aula, como o reconhecimento de que os sujeitos modificam ativamente as forças ativas que os transformam. Vygotsky defende que o desenvolvimento humano se dá na relação sujeito e mundo, mas com a emergência da consciência, um fenômeno que caracteriza o humano e que é social e cultural. Ao fazer parte da natureza, o sujeito age sobre ela e a transforma em objeto da sua ação; torna-se ao mesmo tempo autor e protagonista da sua história.

Vygotsky considera que a aprendizagem é o elemento fundamental e antecessor ao desenvolvimento e destaca a importância das relações sociais, valorizando sempre a realização de tarefas coletivamente. Já Piaget considera o contrário que o desenvolvimento é premissa para a aprendizagem, e esta vem para incentivar o desenvolvimento, buscando visar a perspectiva biológica (individual). Por terem pensamentos com princípios diversos não devem ser confundidos, ambos têm extrema importância e são referências quando se fala em aprendizagem e desenvolvimento, mesmo tendo como método princípios opostos.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lev_Vygotsky

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